Investimento em energias renováveis melhora vidas e gera empregos

Os fundos europeus investidos em energia renovável sustentável e eficiência energética podem melhorar a vida de milhões de pessoas e geram empregos, defende a Rede Europeia de Ação Climática (CAN Europe) num relatório divulgado esta quinta-feira.

A CAN Europe é uma coligação de organizações não-governamentais para o clima e energia e analisou as oportunidades dos fundos europeus nos Planos Nacionais de Energia e Clima (PNEC) de 14 países europeus para assegurar uma recuperação verde, no âmbito do Projeto LIFE Unify, que acompanha a execução dos PNEC de vários países da União Europeia (UE), incluindo Portugal.

Ao Jornal Económico, o CEO da empresa ecoeficiente ECOINSIDE considera que no caso de Portugal existem três grandes áreas onde podem ser aplicados os fundos da UE: a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis, a eficiência energética e o transporte público.

“Portugal tem, de facto, metas ambiciosas para esta década, querendo atingir a redução das emissões de carbono para cerca de metade, até ao ano de 2030. E aqui, a produção de energia solar surge como uma enorme vantagem, dado o número de dias de sol que Portugal tem por ano. Este reconhecimento permite que o setor das energias renováveis possa crescer ainda mais e ir substituindo gradualmente, mas de modo sustentável, o recurso às energias fósseis”, refere António Cunha.

O responsável pela empresa, relembra que Portugal pretende chegar a 2030 com uma redução em 50% das emissões de carbono e com 80% da eletricidade a ser fornecida a partir de fontes renováveis e que, por isso, esses objetivos exigem o esforço de todos: “comunidade em geral, indústrias e instituições governamentais”.

Quanto à mobilidade, António Cunha refere que a procura entre os consumidores portugueses tem vindo a aumentar exponencialmente, graças ao “incentivo verde” e corresponde, agora, a “5% da frota portuguesa”.

O relatório, “EU Funds for a Green Recovery” (Fundos da UE para uma recuperação verde), e que foi também divulgado pela CEE Bankwatch Network, uma rede de organizações não-governamentais da Europa central e oriental, identifica propostas de investimento concretas, a propósito do Conselho Europeu desta semana.

Além de apontar medidas que devem receber financiamento do próximo orçamento da UE o relatório dá sugestões para aumentar a ambição climática e indica outras que devem ser excluídas de financiamento.

O investimento nas renováveis e em sistemas de transporte de baixas emissões são as grandes sugestões do documento para estimular uma economia que seja sustentável. E como medidas prejudiciais nos PNEC estão as que se relacionam com apoios à utilização de combustíveis fósseis.

Jornal Económico Online – 16 JULHO 2020

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